20 março 2014

Qual o real valor de uma fast fashion?

Postaria esse texto originalmente no Fashion Stream, blog que sou colaboradora (novos posts meus toda quinta e domingo!). Acabei descartando a ideia, mas depois vi que seria interessante como designer independente e também consumidora, mostrar o que penso da entrada dessas fast fashions por aqui.

*foto retirada da internet


O assunto mais quente pós desfile bafônico da Chanel é com certeza a vinda da Fast Fashion americana Forever 21 para essa terra brasilis.  É preciso a loja aberta, confirmada e escancarada para cair a ficha: eles finalmente chegaram.

O “medo” era que acontecesse como a TopShop: barata lá fora e exorbitante aqui.

Quem “vive de moda” ou pode ter a experiência de viajar e consumir lá fora sabe o quanto as roupas dessas lojas podem ser baratas e o quanto o ambiente delas faz despertar na mais singela das pessoas uma faceta de consumidora voraz de tendências.

Vivendo em um país em que uma roupa do dia a dia chega a custar R$ 200 é normal, cair num lugar desses com vestidos à R$ 40 e 50 (e os preços que serão praticados por aqui não vão fugir muito disso) é como chegar a uma ilha da fantasia, aonde o seu limite é o mesmo do seu cartão.

Mas, vamos pensar um pouco: o que faz uma blusa custar 8 dólares? É o material escolhido? A mão de obra pouco remunerada? O volume de vendas?

Vivemos em uma época de consumismo desenfreado. Ter é o ser, e a partir do momento em que você pensa que comprar 10 blusas baratas que ficarão encostadas em seu armário vale mais a pena do que investir em  uma peça bem pensada e que durará anos, algo esta muito errado.

Semana passada mesmo vi um programa só sobre consumismo, abordado de forma irreverente (será que isso pode ser possível?): crianças de 7 anos falando que queriam ter uma bolsa Michael Kors. 7 anos. MK. Bolsa.

Não estou defendendo de forma alguma as marcas daqui que praticam preços fora da realidade, ainda mais porque a justificativa de qualidade muitas vezes não é o caso, mas sim uma compra consciente e sem impulsividades. Afinal, você precisa mesmo daquele top cropped com penas? Sua filha precisa de uma bolsa?

Também não estou crucificando a Forever, ainda mais que tenho roupas de lá. Não posso negar que foi uma delícia conhecer as lojas lá de fora por n motivos, mas que a vinda dela, seu posicionamento e o de outras marcas nos possam levar a um consumo melhor pensado.

Se o público muda de hábitos, as lojas seguem esse fluxo. Pesquise de onde vêm as coisas que compram, saibam quem são os produtores, peça transparência.

Como participante do movimento "Compro de Quem Faz" prezo para que as pessoas tenham plena noção da procedência do que elas consomem. Não tenha medo nem receio de perguntar, em um momento em que a colaboração virtual é tão bem vista (vide sites como o Rio $urreal e suas vertentes, movimentos que começaram online e agora dão passos largos na vida real) e de ser participativo. Você tem voz, basta saber como usá-la (:




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